Achados e Perdidos de Stephen King

Livro: Achados e Perdidos
Autor: Stephen King
Série: Trilogia Bill Hodges – Livro 2
Editora: Suma de Letras
Páginas: 352

Sinopse: “— Acorde, gênio.”
Assim King começa a história de Morris Bellamy. O gênio é John Rothstein, um autor consagrado que há muito abandonou o mundo literário. Bellamy é seu maior fã e seu maior crítico. Inconformado com o fim que o autor deu a seu personagem favorito, ele invade a casa de Rothstein e rouba os cadernos com produções inéditas do escritor, antes de matá-lo. Morris esconde os cadernos pouco antes de ser preso por outro crime. Décadas depois, é Peter Saubers, um garoto de treze anos, quem encontra o tesouro enterrado. Quando Morris é solto da prisão, depois de trinta e cinco anos, toda a família Saubers fica em perigo. Cabe ao ex-detetive Bill Hodges e a seus ajudantes, Holly e Jerome, protegê-los de um assassino agora ainda mais perigoso e vingativo.
Resenha feita por mim para o blog Ler&Imaginar


   Se imagine nessas duas situações: Você é um autor famoso que está recluso em sua casa, até ela ser assaltada por ladrões bem idiotas, no meio de toda essa confusão de medo e angústia você acaba descobrindo que um deles é um fã alucinado por seu trabalho, ao tentar argumentar com a estupidez do mesmo vê seus manuscritos com uma história inédita serem roubados, seu dinheiro todo é levado e você é morto. Em outra perspectiva você é um pré-adolescente, sua vida familiar está desabando, seus pais vivem brigando por falta de dinheiro, seu pai sofreu um acidente causado por um psicopata dirigindo uma Mercedes e você, por sorte ou azar, encontra um tesouro que pode salvar sua família. Meio sem sentido e aparentemente desconexos certo? Mas é nesse contexto que King nos insere em Achados e Perdidos…




   Pode parecer estranho, mas nessa história o personagem principal não é o autor e nem nosso amado – e também chato, detetive Bill Hodgers -, nessa história que mistura personagens até então longe da mesma linha de tempo um do outro, teremos o prazer de conhecer Morris Bellamy, um sociopata fanático e paranoico, que acabou se tornando um ser desprezível capaz de diversas atrocidades para conseguir o que quer, e ele queria os manuscritos de seu autor favorito, John Rothstein. Do outro lado temos Peter Saubers um adolescente que encontra um tesouro valioso – sim queridos, ele encontra os famosos manuscritos e o dinheiro que Morris roubou (a anos atrás, porque há um salto no tempo), e que se torna a salvação de sua família. Ambos os personagens têm apenas em comum o fascínio pela escrita do autor John, e é claro, suas vidas acabam se interligando por causa desse fato.

   É complicado falar dos personagens, mas posso dizer que dei total atenção a Morris, por ser dicotômico daquilo que se espera, King é rei quando se trata de personagens caricatos e  falhos no seu lado “humano”, assim como todos somos  querendo ou não –, mas Morris tem aquela essência que deixa o leitor com nojo e fascinação para tentar compreender o que o fez ficar tão fanático por uma história, o porquê dele ser assim e fazer tudo isso, como ele pode desejar e odiar pequenas coisas que são parte dele. O personagem é bem desenvolvido, e mesmo com as características mais óbvias e sempre usadas em sociopata/psicopatas, não deixa de ser inovador, a seu modo.




   King teve ótimas sacadas no livro, como por exemplo, intercalar os anos de 1978 e 2010 justamente os saltos no tempo que citei mais  acima nessa resenha , construindo uma linha de tempo anterior e posterior, criando uma relação entre o primeiro livro e esse, não somente na trama em si, mas também trazendo personagens de Mr. Mercedes. Porém devo confessar que boa parte do livro foi meio lento, sem muita ação que sinceramente é algo mais raro nessa obra, é tudo mais psicológico, e ao meu ver torna o livro mais thriller do que policial, não achei ruim, mas realmente deixou um pouco a desejar por ser o que eu procurava e por ser a proposta da obra desde seu inicio.

   “Achados e Perdidos” tem um final muito bom, um início também, mas poderia ser mais envolvente no meio, ter mais ação, a história e os personagens principais tem uma boa construção e King soube posiciona-los no contexto proposto, é um bom livro e gostei mais dele do que do anterior, mas foge bastante da proposta da trilogia, então esteja preparado, se quer mais ação não crie expectativas, mas também não deixe de ler porque a obra é boa e merece ser lida por muitas pessoas, até porquê não é atoa que o autor é chamado de Rei.

Nota:









7 comentários:

  1. Olá! Adorei a sua resenha. Gosto bastante de narrativas que envolvem sociopatas, a gente fica realmente curioso pra saber o que tá por trás dos desejos do personagem. O que mais me chamou atenção foram os saltos na linha do tempo na história, deve ser muito bom ler algo do King utilizando esse aspecto, porque ele parece ser muito bom nisso. Eu gosto de livros mais psicológicos, então acho que a narrativa lenta no meio não vai ser tanto problema, mas ainda bem que terminou de uma forma muito boa.

    XOXO <3

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  2. Oii Paac, tudo bem?
    Eu sou completamente louca por tudo que envolva o King e sei que seria uma ótima pedida, fiquei surpresa diante do assassinato porque até então não sabia sobre o que se tratava a obra, amei as fotos e sei que seria um ótimo suspense.
    Beijinhos

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  3. Stephen King é mestre em escrever histórias tão diferentes, não é? Eu achei a sinopse um pouco confusa, mas acredito que lendo o livro, as coisas fiquem mais claras.
    Beijos
    Mari
    Pequenos Retalhos

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  4. O enredo da obra é meio familiar com o de misery do mesmo autor, adorei conhecer um pouco mais sobre o livro, quero muito iniciar mais leitura de Stephen, estou com Dr Sono aqui mais dizem que primeiro preciso ler o iluminado então estou aguardando a oportunidade, beijos!

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  5. Hey, Paac!
    Super resenha essa!
    Eu ainda não li esse livro do King, mas está na minha lista.
    Estou bem curiosa.
    Pela sua resenha, vi que não vou me decepcionar. *-*

    Beijos!

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  6. Apesar de tu ter mencionado que lá pelo meio a história não é tão envolvente, estou louca pra ler. O primeiro enredo me lembrou muito o Misery - que eu adoro. Fora que recentemente a biblioteca da minha faculdade adquiriu esses livros e eu já estou de olho pra lê-los. Ótima resenha!

    ;*

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  7. Olá, tudo bem? Sempre fui bem curiosa sobre está trilogia do King. Apesar de ser meio arrastado no meio como você falou, acredito ainda que dentre as obras dele é a que vou mais me identificar. Gostei dos seus pontos positivos levantados e fiquei com mais expectativas ainda. Adorei <3
    Beijos,
    diariasleituras.blogspot.com.br

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